Histórias de Robôs (vol. 02) editado por Isaac Asimov, Patrick S. Warrick e Martin H. Greenberg

abril 05, 2015


Primeiramente, começo essa resenha dizendo que já faz um tempinho que possuo o livro na minha estante, tentei começar a ler ao menos umas três vezes e foi somente no fim de semana passado que me comprometi terminar de uma vez por todas. Não me arrependo nenhum pouco dessa decisão, pois me surpreendi com cada conto.

Creio que os três volumes da antologia Histórias de Robôs são edições já esgotadas no mercado, mas de fácil acesso através da rede de sebos Estante Virtual. Eu, infelizmente, agora possuo apenas o volume 02, pois o ganhei de presente. Pequeno em seu tamanho, mas grande em relação ao conteúdo que guarda por entre sua páginas, se houver a oportunidade leia apenas o prefácio Os robôs, os computadores e o medo escrito por Asimov* que discursa brevemente sobre o medo do ser humano com tudo o que é novo e desconhecido, incluindo a tecnologia.


As três leis da robótica, inteligências artificiais, viagens no espaço... São conteúdos amplos que possuem um ponto em comum: as máquinas. Vou falar sobre cada uma o mais breve possível.

1. Um robô não pode prejudicar um ser humano ou, por omissão, permitir que o ser humano sofra dano;
2. Um robô tem de obedecer às ordens recebidas dos seres humanos, a menos que contradigam a Primeira Lei;
3. Um robô tem de proteger sua próxima sua própria existência, desde que essa proteção não entre em conflito com a Primeira ou a Segunda Leis.

Círculo Vicioso por Isaac Asimov: Nesse conto, o autor Isaac Asimov pela primeira vez introduziu explicitamente As Três Leis da Robótica, criadas por ele mesmo, onde o robô Chispinha (editoras, por favor, é desnecessário traduzir nomes) entra em conflito após sua busca por selênio para uma expedição espacial no planeta Mercúrio.

O Conflito evitável por Isaac Asimov: adoro ficção científica, pois as histórias normalmente se baseiam em uma hipótese: "e se". Então, a luz d'As Três Leis da Robótico, o autor propõe o seguinte pensamento: e se o mundo passasse a ser controlado por um computador? Clima, tempo, guerras, conflitos, política... Seria tão ruim assim? O interessante que por diversas vezes temos a visão deturbada pelo medo do avanço tecnológico desenfreado, imaginamos logo tudo de ruim que poderia acontecer, mas e se por um lado fosse bom?


A formiga elétrica por Philip K. Dick: Imagine sua vida rotineira, ok? Agora e se você sofresse um acidente e descobrisse que na verdade é um robô, o que você faria? Esse é um conto muito, muito bem escrito e com um final digno de dar um nó em nossos pensamentos, fui obrigada a reler os últimos parágrafos para ter certeza de que estava lendo tudo corretamente.

O homem bicentenário por Isaac Asimov (meu conto favorito!): Acho que você já conhecem essa história através da adaptação de mesmo nome estrelada por Robbin Willians, é um filme que passava na Sessão da Tarde. É um manuscrito que poderia nunca ter chegado ao conhecimento dos leitores de Asimov, ou na melhor das hipóteses poderia se tornar um livro. Tudo bem, virou conto, mas eu gostaria que tivesse se tornado um livro, pois aqui o autor entra em uma discussão moral, onde o homem é protegido pelas leis, torna-se superior dos robôs e estes... Quem os protegeria? Com o avançar da tecnologia, o quê os diferenciaria dos humanos? O quê significa ser um humano?

Derradeira esperança por Vernor Vinge: Acredito que quase todas as histórias tenham o entendimento de que a inteligência artificial irá atingir avanços inimagináveis, nesse conto o autor da voz a espaço-nave Ilse que, dotada de "consciência", nos conta sua viagem pelo universo em razão de uma missão, da qual não mais se lembra.

Pedras Estranhas por Gene Wolfe: aqui nos deparamos com a ampliação da ideia de universo, o momento em que deixamos de lado a ideia do humano como o único ser existente nessa vasta área do universo para abordar a inteligência alienígena.

Destinados por George Zebrowski: wow! O último conto da antologia foi uma completa viagem rsrs... A ideia central foi muito boa, assim como todas as outras, novamente a ideia de avanço tecnologia desenfreado e até que ponto as criações chegarão. Zebrowski nos dá uma ideia de como seria ligar o cérebro humano, como forma de inteligência, a uma nave ao qual ele deu o nome de COM - Cérebro Orgânico Modificado.


Ufa! Acho que deu para vocês entenderem um pouco minha animação. Por fim, não posso deixar de contar sobre a edição física do livro em si. A antologia foi publicada para a coleção L&PM Pocket, pequeno e compacto ótimo para levar para qualquer lugar do universo sem se preocupar com o peso da bolsa/mochila. Encontrei alguns errinhos de revisão, pode incomodar alguns, mas nada que vá atrapalhar a leitura. Como um todo Histórias de Robôs Volume 02 é super recomendado para quem gosta de ficção científica e queira ter algo rápido para ler em curto espaço de tempo ou para leitores que tenham vontade de começar a conhecer esse gênero literário. Eu fechei o livro, mas as histórias ainda continuam nos meus pensamentos.

* P.s.: Se tiver interesse em ler alguns trechos do prefácio Os robôs, os computadores e o medo clique aqui!

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2 comentários

  1. Ganhei há umas duas semanas o livro "Eu, robô". Estou ansiosa para ler, mas tento taaaanta coisa na frente que acabo me perdendo...rs.
    A ideia de histórias que tenho como suporte o avanço tecnológico é muito atraente pra mim. :)

    Beijão,
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    1. Eu adorei, era fã de ficção científica apenas por causa dos filmes, tinha um pouco de medo de enfrentar uma narrativa cansativa nos livros, mas vejo que estava extremamente enganada.
      É tão bom ter uma pilha de livros para ler!

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