A obra Silêncio da autora Richelle Mead é muito interessante, mas bem diferente, quase peculiar. Quando comecei a ler Silêncio, minhas férias estavam começando, assim foi difÃcil largar a leitura até o fim. A história escrita por Mead marca muito e nos puxa fortemente para o universo criado por ela. Conhecida também por ter escrito os Best-sellers da coleção Vampire Academy (que confesso, não li, pois nunca me chamou atenção, rs). A obra nos traz uma abordagem totalmente nova sobre as dificuldades, e como superá-las, além da reflexão sobre os grandes defeitos do ser humano, aà inclusos a cobiça e tantos outros.
A história se passa em um vilarejo no alto de uma montanha, na verdade, a mais alta de todas da região. O povo do vilarejo vive preso lá em cima a gerações, já que a rota que poderiam usar para descer e prosperar sofreu uma avalanche, bloqueando qualquer passagem e não podendo ser recuperada por mãos humanas. Com as encostas desta montanha sendo Ãngremes e escorregadias, não há possibilidade de descida para este povo. Além disso, todos ficaram surdos sem explicação plausÃvel muitos anos antes. E agora, a cegueira começa a se alastrar pelo vilarejo.
A única forma de comunicação com o exterior é um sistema de cabos com a cidade ao pé da montanha, que troca alimentos e produtos (já que não é possÃvel cultivar nada no topo) pelos metais que são minerados pelo povo, que já estão ficando escassos, já que muitos não podem trabalhar por conta da surdez e da cegueira. Neste lugar é que vive Fei e sua irmã Zhang Jing, que tem um dos trabalhos mais renomados do vilarejo, o de artistas (havendo só dois trabalhos possÃveis além deste: minerador e fornecedor de suprimentos), recolhendo observações sobre os acontecimentos do dia, e os pintando para que todos possam saber das notÃcias. A história inicia com a visão de Zhang Jing diminuindo e ela precisando da ajuda de sua irmã para pintar. Isto, no meio do caos do vilarejo, que cada vez recebe menos suprimentos dos cabos. A única pessoa que pode resolver tudo isso é Fei, que sem saber o motivo, tem sua audição de volta.
A cada dia que passa minha audição se deteriora mais e mais. Os sons se tornam cada vez mais fracos, cada vez mais distantes. Logo, aquilo que hoje é simplesmente quietude vai ter se transformado em silêncio completo.
Essa obra encanta de todas as formas, seja com os personagens que são únicos e cativam de primeira, até os pequenos detalhes narrados por Fei quando sua audição retorna. Tem um lado totalmente reflexivo, já que vamos percebendo ao longo da história a importância (que quase não damos) da audição e da visão, sentidos tão presentes (para mim), que acabam, na correria do dia-a-dia não nos mostrando sua importância. Além disso, a linguagem, a comunicação também apresentada por Mead como uma necessidade incrÃvel. Assim a história vai sendo tecida, de forma bem delicada, mas ao mesmo tempo abrindo nossos olhos para um mundo novo, pelas próprias experiências da protagonista.
Assim, Silêncio é o tipo de romance para aqueles que querem ação, suspense até a última página, e um amor avassalador, capaz de mudar o mundo.
Contudo, algumas palavras se repetem por toda a parte: mentira, morte e comida. Está claro que a maior parte das pessoas ao meu redor não acredita nas coisas que disse. Parecem estar imaginando que inventei tudo para me safar, e isso deixa meu coração pesado; não por fazerem uma ideia tão mesquinha de mim, mas por terem sido escravizados de tal maneira por este sistema, que agora estão apavorados demais para se libertar.
Obrigada Galera Record pelo envio do exemplar!