Deuses Americanos por Neil Gaiman

agosto 17, 2013

Cada hora fere. A última mata.

TÍTULO: Deuses Americanos
AUTOR: Neil Gaiman
EDITORA: Conrad
PÁGINAS: 448
ISBN: 9788576164609

RESENHA: Um livro, fruto das promoções do Sr. Submarino. Confesso que minha curiosidade por Neil Gaiman era unicamente a HQ Sandman, não esperava acabar lendo Stardust e nunca se passou pela minha cabeça ler Deuses Americanos. Foi apenas um evento aleatório, certo dia passei por ele e resolvi colocar no carrinho de compras devido ao bom preço. Era o destino! Pois, tudo começou aos poucos: algo interessante aqui, uma referência mitológica ali e... Um final que me surpreendeu. Assim, quando horas depois de fechar o livro e refletir sobre a história, me senti órfã e percebi, tarde demais, que não estava pronta para me despedir do protagonista.

Os plano de Shadow para quando saísse da cadeia eram muito simples, rever sua esposa e nunca mais se meter em confusão. Porém, a vida de um protagonista nunca deve ser fácil. Ele pressente que algo esta errado, os pesadelos com criaturas estranhas, um frio peculiar, uma tempestade muito estranha que se aproxima. Assim, faltando poucos dias para sair da prisão ele receba a notícia de que sua mulher, Laura, esta morta.
– É como se, quando vem uma notícia boa, a notícia ruim tirasse sarro. Boa notícia, vamos deixar você sair mais cedo; má notícia, sua mulher está morta.
Você gosta de mitologia? Aqui tem bastante. Ela começa de forma sutil, é um nome aqui, um evento estranho ali, uma referência e quando percebemos o mundo real acaba se interligando ao mitológico de forma quase natural.

É quando Shadow esta meio perdido que Wednesday surge em sua vida, de  maneira quase aleatória – quase – lhe fazendo uma proposta. Shadow bate um pouquinho o pé, mas as circunstancias fazem com que acabe se deixando levar, vivendo um dia após o outro, obedecendo as ordens de Wednesday e sendo conduzido. Nós simplesmente não conhecemos o verdadeiro papel do protagonista na trama após cerca de 80% do livro, mas posso adiantar que é surpreendente.
– Você fez várias coisas boas para mim – ela disse.
– Boas e ruins. Somos como o vento, sopramos em ambas as direções.
Já disse que me senti órfã? Essa sensação veio quando depois de algumas horas parei para pensar sobre o livro e seu final. Percebi que em nenhum momento me senti incomodada pelo fato de estar lendo e não saber onde tudo aquilo iria dar, eu já estava feliz em reconhecer os vários deuses antigos em meio ao enredo e conhecer os novos que se proliferam de maneira tão rápida, adquirem tanto poder para logo em seguida acabarem desaparecendo em um piscar de olhos.

Deuses Americanos é muito bem construído. Dividido em três partes, além da história de Shadow vamos conhecendo a de outros personagens, isso acaba enriquecendo a narrativa, por que são tão interessantes quanto a história principal. Eu simplesmente não consigo achar as palavras adequadas para expressar minha ótima experiência com essa leitura. Dizer que ela foi responsável por uma DPL (depressão pós livro) seguida de uma ressaca literária serve? Pois então, eu recomendo!
– Tudo bem – disse Jacquel. – Tá, então Jesus se dá bem por aqui. Mas eu conheci um cara que disse ter se encontrado com ele na beira de uma estrada pedindo carona, no Afeganistão, e ninguém parou. Sabe? Tudo depende de onde você está.

NOTA: ★ ★ ★ ★ ★  

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